segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CONFIANÇA

Quando o dia se torna sombrio
E o inverno parece mais frio
Sei que o sol continua a brilhar
Sei que o sol continua a brilhar

Quando a vida parece ter fim
E a saudade não sai mais de mim
Sei que o sol continua a brilhar
Sei que o sol continua a brilhar

Quando Deus é o sol para alguém
Todo mal se converte num bem
E o sol continua a brilhar
E o sol continua a brilhar

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

andar...

"Por meio do movimento do corpo, a caminhada põe em andamento um processo intelectual, estabelecendo uma cadência orgânica para o visitar -por vezes tão contrário ao ritmo do nosso tempo. As andanças põem o corpo em uníssono dos pés a cabeça, do físico ao intelecto, o código do pensamento e o código poético. Uma caminhada quando empreendida com mente aberta, olhar atento e ritmo orgânico, transforma-se num ato de leitura do texto luxuoso que é o lugar que se visita."

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

email




VIVER
DESPENTEADA

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…
O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos
eu vou estar com o cabelo bagunçado…
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ama teu próximo!

Nós podemos escolher como ouvimos



Nós podemos sempre escolher a maneira como ouvimos a outra pessoa.

Se eu interpreto o que ele ou ela está dizendo como um ataque a mim, reagirei defensivamente. Sempre que ouvir uma crítica buscando saber quem está certo ou errado, desperdiçarei meu tempo irritado, estressado.

Quando em vez disso, eu me focar em ouvir os sentimentos e necessidades que estão "escondidos" pelo que está sendo dito, imediatamente me reconecto com a minha vontade de contribuir, que vive em todo ser humano.


· Namastê, antiga forma de cumprimentar da tradição sul-asiática

Significa " Reverencio a ti", "Reverencio este lugar em ti onde habita o universo inteiro, onde tu e eu somos um".

A expressão Namastê normalmente é acompanhado por uma inclinação ligeira da cabeça, as palmas das mãos abertas e unidas entre si, ante o peito.

Na prática de Comunicação Não Violenta me parece existir um "Namaste" implícito, oculto. Ele acontece no momento em que encontro e reconheço o lugar onde eu e tu somos um - o lugar das necessidades humanas universais - e ao reconhecê-lo reverencio a vida que pulsa em cada um de nós nesse momento.

Reverencio este lugar em ti onde habita o universo inteiro.



quarta-feira, 13 de julho de 2011

pessoas especiais

Especial
[Do lat. speciale.]
Adj. 2 g.
1. Relativo a uma espécie; próprio, peculiar, específico, particular.
2. Fora do comum; distinto, excelente.
3. Exclusivo, reservado.
4. Diz-se de adulto ou criança com necessidades


especiais (q. v.).
(Dic. Aurélio XXI)





"Por alguma especial razão, sou dada a cair de amores por pessoas especiais. Mas qual é o fator determinante para definir um ser como especial? Não há regra geral. Até porque a minha idéia de "especial" pode ser diametralmente oposta à sua e a de tantos outros. Seja qual for o determinante, detecto de imediato os especiais, segundo minha ótica, e sou tomada de profunda ternura e respeito por esses seres tão distanciados do comum. Não que o comum seja um atributo depreciativo. Há comuns adoráveis justamente porque são comuns e sabem disto. Dostoievski, em Crime e Castigo, tentando justificar o desvio de conduta de seu protagonista, afirmava haver duas categorias de homens: os ordinários e os extraordinários. Não havia importância comparativa. Ambos tinham sua função. Os ordinários nasceram para cumprir as leis e reafirmar os valores sociais. Os extraordinários para criar novas leis e desafiar aqueles valores. Mas voltando aos "especiais", que não chegam a ser necessariamente os "extraordinários" dostoevskianos, arriscaria dizer que são aqueles que, de alguma forma, estão em desacordo com algumas regras ou fora do lugar comum e trazem algo de mágico e de muito próprio na forma de sentir. Sou cercada por um bom número deles, para minha felicidade. Há um fenômeno de atração natural. Talvez os encontre porque procuro por eles inconscientemente. Meu carinho exagerado por essas pessoas só pode ter a seguinte explicação: ou é porque eu devo ter me tornado demasiadamente comum, ao ponto de me encantar assim com as oposições, ou é porque também devo ser um deles e identifico meus iguais. Pode ser também por eu já ter sido um deles algum dia e sinta saudades de mim. Não sei bem, e não quero saber. Gosto deles. Pronto. A luz é diferente, a energia é diferente, o percurso do pensamento e do processo criativo é diferente. O sentir é sutil, repleto de filigranas. Abençoadas sejam as criaturas especiais." ML (Poderia ser meu, mas não é! )

segunda-feira, 11 de julho de 2011

passagem.




CADEIRA DE BALANÇO



"Cada folha que caía estalava no chão do pátio. A mulher balançava na cadeira e rememorava sua beleza juvenil, os bailes, os homens. Nada restara, nem dor. Ainda trazia a beleza de outros tempos. O vento frio secava seu rosto. Exposta no pátio como uma pedra. Não se tratava mais de solidão. Pensava que os grandes amores precisam de peles lisas e belas. Só. Não havia providências, compromissos, nada precisava dela no mundo. Era preciso tempo apenas para deixá-lo passar, e podia passar pois era assim que a memória fazia exercícios. O mais importante era pensar as pessoas e saber que elas não podiam acompanhá-la; lembrava delas e de suas vidas vazias com um silêncio piedoso. E terno."

Henry Burnett

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O amanhecer

Hoje eu vi o dia amanhecer. Estava acordada quando aconteceu e me lembrei da mágica que há também neste momento.
mágica da chegada...
Da luz se fazendo
Da esperança.
Ao longe ainda posso ouvir alguns galos cantando.
Eu queria ter um galo...
E no meu quintal os pássaros cantam
Um ventinho gelado nos dá vontade de permanecer no aconchego...
Fico feliz por hoje, mesmo com olhos viciados, ainda poder enxergar a mágica da vida
.
Verônica Fonseca
04/06/2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Meu nome é Kiriku!

Kiriku e a feiticeira é um longa metragem de animação baseado em uma lenda africana. Dirigido por Michel Ocelot que nasceu na França, mas foi morar em Guiné, África, com seis anos onde foi fortemente influenciado pela cultura local. Em entrevista para a Folha diz: "Minha feliz criação na Guiné alargou minha mente. Estive em contato com cinco diferentes religiões. Até os 12 anos, durante a escola, eu era negro; durante as férias de verão, era branco de novo". Essa maravilhosa experiência rendeu trabalhos de igual valor. Uma leitura demorada, atenta e sensível dessa outra cultura. Entre suas obras estão também "Azur e Asmar", que discute o preconceito e as diferenças a partir da história de dois irmãos, um branco e um negro.
O filme já inicia de uma forma interessante: Kiriku exige nascer. Sua mãe retruca que uma criança que pede para nascer pode nascer sozinha, ele, então, nasce. Toma banho e se intera da desgraça que assola sua aldeia. Uma feiticeira chamada Karabá devorou seu pai e quase todos os outros homens da vila, secou a fonte que abastecia os moradores e ameaça mulheres e crianças. Mas Kiriku, um garoto diminuto, curioso e questionador do mundo à sua volta, não aceita as coisas assim tão simples. Ele quer saber por que Karabá é malvada. Corajoso decide enfrentá-la e nessa aventura descobre muitos detalhes ainda desconhecidos da história e que para todas as coisas existe uma explicação.
Kiriku e a feiticeira oferece às crianças uma nova maneira de olhar para vida. Totalmente diferente do que elas têm acesso via cinema, que não costuma divergir muito do padrão Disney (referencial americano). Não em sua história, que é essencialmente a mesma de todo clássico - um mocinho que enfrenta o mal para salvar sua comunidade e acaba com uma princesa - mas na suas formas estéticas, musicais e nas representações naturais. Esteticamente podemos destacar o desenho da figura humana que valoriza características negras, a beleza negra, as formas de se enfeitar desse povo; a luz e as cores que tentam nos aproximar do que é, de fato, estar naquele cenário. As músicas se utilizam de instrumentos típicos da cultura africana e são colocadas não como fundo para cenas, mas nos momentos em que se costuma fazer uso dela naquela cultura, ou seja, nas comemorações de colheita, de nascimento e na morte. Existe uma preocupação com a verdade, com os detalhes das plantas, da vida animal. Os animais não falam. Existe uma relação homem/ animal onde nenhum deles tem que mudar para que esse encontro aconteça, mostrando a possibilidade de uma vida em harmonia com a natureza.
Além disso, valores dessa cultura retratados no enredo, nas personagens e em suas relações merecem destaque por nos ajudar a refletir sobre nós mesmos. É olhando para o que é outro que podemos nos entender e aprender.
Em primeiro lugar o valor da vida. Da vida nova, que representa esperança. No filme é como se Kiriku fosse um deus, porque nasce falando e é capaz de fazer coisas que uma criança não é capaz de fazer sozinha. É ele quem liberta seu povo da opressão da ignorância. Ser símbolo de esperança é diferente de, como discute Fulvia Rosemberg, um “vir a ser”, uma promessa, possibilidade de realização de ideais não atingidos, comum em sociedades centradas no adulto, concepção que temos tentado combater. Ter uma criança como símbolo de esperança é acreditar nela como capaz também, de com seu olhar, elaborar formas próprias de pensar e porque não, formas que possam apontar para um novo horizonte. Arroyo leva a questão para o âmbito escolar, dizendo: “não queremos a escola para um dia ser... em nome de um dia ser, não deixamos que a criança seja no presente”. No filme uma cena em especial nos ensina essa lição. “O jovem Kiriku é incentivado pelo avô a ser criança enquanto é criança, e sentir-se feliz por isso, e ser adulto quando for e sentir-se feliz por isso”.
A mulher. A mulher é forte e é delicada. Na tribo a mulher tem seu papel, a sua importância. Na ausência do homem ela dá conta de tudo. O "mal" também é representado por uma mulher; O velho é o sábio. Aquele que pode falar do que já aconteceu. Orientar. É querido e importante; A noção de família, de comunidade. De pessoas implicadas numa realidade e que se responsabilizam umas pelas outras;
Essas vozes que durante muito tempo foram socialmente valorizadas e que perderam espaço na modernidade para o discurso científico, reconhecido hoje como verdade absoluta. No entanto, o que observamos é uma multiplicação de conflitos de que esse discurso não dá conta. Novamente, Rosemberg vem atentar sobre a necessidade de reconsiderar essas vozes. Abramowicz também aponta nessa direção quando diz que nessas linhas de exclusão - ‘os mais pobres, os negros, as crianças pequenas’ - pode haver fragmentos de exterioridade. Suas “linguagens e seus sentidos estão mais separados da teoria do poder”.
Não ousaria dizer que se trata de um filme infantil simplesmente. É um infantil sim porque, como diz o próprio Ocelot se referindo as crianças: "Elas estão aqui para aprender, inclusive coisas que ainda não entendam direito". Mas é também adulto, muito adulto, pois discute valores que estão nas bases de nossa cultura, que vem perdendo espaço gradativamente nas nossas relações e que merecem ser revisitados como possíveis estratégias de contorno para situações de conflitos cada vez mais frequentes no nosso cotidiano.

Verônica Fonseca




ARROYO, Miguel. O significado da infância, Criança: revista do professor de educação infantil, Brasília, 1995, nº28, p 17- 21.

ABRAMOWICZ, Anete. Direito das crianças a educação infantil. Pro-Posições. Dossiê: Educação Infantil e gênero, v. 14, n. 3, (42), p. 13- 24, 2003.

ROSEMBERG, Fulvia. Educação para quem? Ciência e Cultura (SBPC), v. 28, n. 12, p. 66- 71, 1978.

GUATARRI, Felix. As creches e a iniciação. In: GUATARRI, Felix. Revolução molecular. São Paulo: Brasiliense, 1977, p. 50 – 55.

Kirikou et la Sorcière, França, 1998

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Trecho da poesia "AO CONTRÁRIO, AS CEM EXISTEM" de Loris Malaguzzi

A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
de maravilhar e de amar.
Cem alegrias para cantar e compreender.
Cem mundos para descobrir
Cem mundos para inventar
Cem mundos para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem) ...

as crianças...

"As crianças sentem esta civilização que está morrendo. Mas eu tenho absoluta confiança nelas. Porque é delas que vem mais prazerosamente o desejo da natureza, da bicicleta no bosque, da fantasia, do sentido da maravilha. Porque é delas que vem uma nova modalidade de ver o mundo. Parece que ninguém percebeu, mas são as crianças que estão decretando o fim do individualismo em nosso século."

BOLLEA apud FARIA in ROSEMBERG e CAMPOS, 1994, p. 226J

sábado, 19 de março de 2011

esta noite...

"Quero dentro desta noite que é mais longa que a vida, quero, dentro desta noite, vida crua e sangrenta e cheia de saliva. Quero a seguinte palavra: esplendidez; esplendidez é a fruta na sua suculência, fruta sem tristeza. Quero lonjuras..."

sábado, 1 de janeiro de 2011

Fiat

No silêncio de uma manhã de ano novo...

"No princípio era a palavra e a palavra estava com Deus e a palavra era Deus. No princípio, ela estava com Deus. Tudo foi feito por meio dela e sem ela nada foi feito." Jo 1,1-3